Luiz Henrique Almeida Gusmão
Geógrafo e Lic. em Geografia (UFPA)
Mapas em Geral, Treinamentos,
Banco de dados, SHPs e Kmls
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1. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
Conforme o PNUD (2016), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um meio de mensurar e comparar as condições de vida de um país, unidade da federação ou de regiões metropolitanas.
O IDH reúne três variáveis: a oportunidade de se levar uma vida longa (Saúde); o acesso ao conhecimento (Educação) e a capacidade de desfrutar de um padrão de vida digno (Renda), conforme o relatório do PNUD e visto na figura abaixo:
Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), os três aspectos são medidos da seguinte maneira:
- SAÚDE (Medida pela Expectativa de Vida)
- EDUCAÇÃO (Média dos anos de educação de dultos durante a vida por pessoas a partir dos 25 anos; Expectativa de anos de escolaridade para crianças na idade de iniciar a vida escolar; Número total de anos que uma criança na idade de iniciar a vida escolar pode esperar receber se os padrões prevalecentes de taxas de matrículas específicas por idades permanecerem os mesmos durante a vida da criança).
- PADRÃO DE VIDA/RENDA (Medida pela Renda Nacional Bruta per capita expressa em poder de paridade de compra - PPP constante, em dólar, tendo 2005 como referência).
Conforme o PNUD (2016), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um meio de mensurar e comparar as condições de vida de um país, unidade da federação ou de regiões metropolitanas.
O IDH reúne três variáveis: a oportunidade de se levar uma vida longa (Saúde); o acesso ao conhecimento (Educação) e a capacidade de desfrutar de um padrão de vida digno (Renda), conforme o relatório do PNUD e visto na figura abaixo:
Figura 1. As três dimensões avaliadas pelo IDH
Fonte: PNUD/ONU (2010)
Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), os três aspectos são medidos da seguinte maneira:
- SAÚDE (Medida pela Expectativa de Vida)
- EDUCAÇÃO (Média dos anos de educação de dultos durante a vida por pessoas a partir dos 25 anos; Expectativa de anos de escolaridade para crianças na idade de iniciar a vida escolar; Número total de anos que uma criança na idade de iniciar a vida escolar pode esperar receber se os padrões prevalecentes de taxas de matrículas específicas por idades permanecerem os mesmos durante a vida da criança).
- PADRÃO DE VIDA/RENDA (Medida pela Renda Nacional Bruta per capita expressa em poder de paridade de compra - PPP constante, em dólar, tendo 2005 como referência).
A partir do cálculo do IDH, a agência divide os resultados em cinco faixas de desenvolvimento humano:
a) Muito Baixo (0 - 0,499)
b) Baixo (0,500 - 0,599)
c) Médio (0,600 - 0,699)
d) Alto (0,700 - 0,799)
e) Muito Alto (0,800 - 1)
Figura 2. Como entender o IDH
Fonte: PNUD/ONU (2010)
2. Índice de Desenvolvimento Humano da Região Metropolitana de Belém (IDH)
A partir das variáveis: saúde, educação e renda, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) avaliou com base nos dados do IBGE (2000; 2010) todas as Regiões Metropolitanas Brasileiras, porém vamos considerar apenas a de Belém/PA.
A Região Metropolitana de Belém no Estado do Pará é constituída por 7 municípios (Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara do Pará, Santa Izabel do Pará e Castanhal) que juntos possuem uma população de 2.402.438 habitantes (IBGE, 2014).
A Região Metropolitana de Belém no Estado do Pará é constituída por 7 municípios (Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara do Pará, Santa Izabel do Pará e Castanhal) que juntos possuem uma população de 2.402.438 habitantes (IBGE, 2014).
Na Região Metropolitana de Belém, as desigualdades sociais são latentes assim como em grande parte das demais áreas metropolitanas brasileiras, principalmente quando avaliamos aspectos como o acesso a educação, a expectativa de vida e a renda.
Nos mapas elaborados pela ONU fica evidente que a RMB é um espaço multifacetado, pois é constituído por vários fragmentos territoriais heterogêneos. Na Figura 1, com dados do ano 2000, era visível as condições de vida discrepantes, que variava de "Muito Baixo" na maior parte da periferia e "Muito Alto" no centro da metrópole.
As figuras evidenciavam a forte segregação socio-espacial na RMB, mostrando que as áreas com os melhores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) em 2000 estavam situados no centro de Belém e arredores (Nazaré, Reduto, Batista Campos, Umarizal, Cidade Velha, Marco, São Bráz, Val-de-Cans, Souza, Fátima, parte da Cremação e Miramar); nos arredores do bairro Coqueiro, na Cidade Nova e no Coqueiro em Ananindeua; e no centro de Castanhal.
Por outro lado, as áreas mais desfavorecidas estavam no Norte e no Extremo Sul de Belém e Ananindeua; Grande parte de Marituba, Benevides, Santa Isabel do Pará e de Castanhal.
Quando comparamos com a realidade encontrada em 2010, podemos perceber nitidamente uma melhoria do desenvolvimento humano na periferia da RMB. O Programa Bolsa Famíia foi um dos itens que melhorou a capacidade de compra da população mais pobres e também refletiu no acesso à educação e à saúde. A maior oferta de vagas nas escolas e descentralização de serviços de saúde do centro da cidade também repercutiram em melhorias. No entanto, apontar alguns critérios isolados não são suficientes para explicar todo o progresso entre 2000 e 2010.
As condições de vida, por outro lado, ainda permaneceram desiguais (Figura 3), já que a alta escolaridade, as melhores expectativas de vida e condições de acesso a uma renda satisfatória ainda eram mais elevadas no centro de Belém.
Vale ressaltar a melhor condição verificada em alguns condomínios horizontais mais afastados do centro, como aqueles encontrados na Av. Augusto Montenegro, Rod. Mário Covas (Norte de Belém) e Rodovia BR-316; em alguns bairros de Ananindeua (Coqueiro e Levilândia) e no centro de Castanhal.
Com base na figura 3, percebe-se claramente a constituição de verdadeiros enclaves na periferia da Região Metropolitana de Belém, essencialmente na metrópole, onde coexistem até hoje, unidades com IDH Muito Alto e IDH Médio. Algo comum ao longo da Avenida Augusto Montenegro e da BR-316.
Isso é resultado da instalação de diversos condomínios de luxo e de classe média, contrastando significativamente com o seu entorno, onde há famílias com condições de vida inferiores no que se refere aos critérios apontados pela ONU: Educação, Renda e Saúde, como podemos visualizar um exemplo espacial no bairro da Pratinha (Figura 4) em Belém.
O padrão entre as duas unidades são completamente diferentes, apesar de estarem próximas. A unidade em amarelo (IDHM Médio - Área de Ocupação Espontânea) é ocupada por uma população mais carente, com recursos financeiros limitados e baixos níveis de escolaridade em comparação com a área em azul (IDHM Muito Alto - Condomínio de Classe Alta), onde a renda e o nível de escolaridade são mais altos.
Normalmente esses enclaves estão situados ao longo de avenidas arteriais que ligam partes importantes da cidade e mostram que cada vez mais, pessoas com alto poder aquisitivo têm se distanciado do centro da cidade, com o intuito de residir em imóveis exclusivos, amplos, seguros e com uma infraestrutura de lazer completa. Esses indicadores são reflexos da paisagem urbana de Belém e da sua organização espacial, como podemos ver em fotos da cidade abaixo:
2. CONCLUSÕES
Os mapas e os conteúdos disponibilizados no Atlas do Desenvolvimento Humano nas Regiões Metropolitanas são ótimos materiais para analisar e compreender a configuração dos principais aglomerados urbanos do Brasil. Em relação a organização espacial da Região Metropolitana de Belém a partir dos critérios da ONU, foi possível visualizar as desigualdades sociais latentes entre as unidades mapeadas, principalmente entre os bairros centrais de Belém e Ananindeua em comparação a periferia e aos demais municípios.
Nos mapas elaborados pela ONU fica evidente que a RMB é um espaço multifacetado, pois é constituído por vários fragmentos territoriais heterogêneos. Na Figura 1, com dados do ano 2000, era visível as condições de vida discrepantes, que variava de "Muito Baixo" na maior parte da periferia e "Muito Alto" no centro da metrópole.
Figura 1. IDHM da Região Metropolitana de Belém (2000)
Figura 2. IDHM da Região Metropolitana de Belém - Zoom (2000)
Fonte: PNUD/ONU (2015)
Por outro lado, as áreas mais desfavorecidas estavam no Norte e no Extremo Sul de Belém e Ananindeua; Grande parte de Marituba, Benevides, Santa Isabel do Pará e de Castanhal.
Quando comparamos com a realidade encontrada em 2010, podemos perceber nitidamente uma melhoria do desenvolvimento humano na periferia da RMB. O Programa Bolsa Famíia foi um dos itens que melhorou a capacidade de compra da população mais pobres e também refletiu no acesso à educação e à saúde. A maior oferta de vagas nas escolas e descentralização de serviços de saúde do centro da cidade também repercutiram em melhorias. No entanto, apontar alguns critérios isolados não são suficientes para explicar todo o progresso entre 2000 e 2010.
As condições de vida, por outro lado, ainda permaneceram desiguais (Figura 3), já que a alta escolaridade, as melhores expectativas de vida e condições de acesso a uma renda satisfatória ainda eram mais elevadas no centro de Belém.
Vale ressaltar a melhor condição verificada em alguns condomínios horizontais mais afastados do centro, como aqueles encontrados na Av. Augusto Montenegro, Rod. Mário Covas (Norte de Belém) e Rodovia BR-316; em alguns bairros de Ananindeua (Coqueiro e Levilândia) e no centro de Castanhal.
Figura 3. IDHM da Região Metropolitana de Belém (2010)
Fonte: PNUD/ONU (2015)
Com base na figura 3, percebe-se claramente a constituição de verdadeiros enclaves na periferia da Região Metropolitana de Belém, essencialmente na metrópole, onde coexistem até hoje, unidades com IDH Muito Alto e IDH Médio. Algo comum ao longo da Avenida Augusto Montenegro e da BR-316.
Isso é resultado da instalação de diversos condomínios de luxo e de classe média, contrastando significativamente com o seu entorno, onde há famílias com condições de vida inferiores no que se refere aos critérios apontados pela ONU: Educação, Renda e Saúde, como podemos visualizar um exemplo espacial no bairro da Pratinha (Figura 4) em Belém.
Figura 4. Contraste social em parte do bairro da Pratinha em Belém/PA
Fonte: Google Earth (2015)
O padrão entre as duas unidades são completamente diferentes, apesar de estarem próximas. A unidade em amarelo (IDHM Médio - Área de Ocupação Espontânea) é ocupada por uma população mais carente, com recursos financeiros limitados e baixos níveis de escolaridade em comparação com a área em azul (IDHM Muito Alto - Condomínio de Classe Alta), onde a renda e o nível de escolaridade são mais altos.
Normalmente esses enclaves estão situados ao longo de avenidas arteriais que ligam partes importantes da cidade e mostram que cada vez mais, pessoas com alto poder aquisitivo têm se distanciado do centro da cidade, com o intuito de residir em imóveis exclusivos, amplos, seguros e com uma infraestrutura de lazer completa. Esses indicadores são reflexos da paisagem urbana de Belém e da sua organização espacial, como podemos ver em fotos da cidade abaixo:
Figura 5. Área com IDH Médio em relação a outra com IDH Alto - Contraste social a partir do bairro da Terra Firme em Belém/PA
Figura 6. Área com IDH Muito Elevado - Avenida Visconde de Souza Franco (Divisa entre o bairro do Umarizal e Reduto)
Fonte: Blog do Manuel Dutra. http://blogmanueldutra.blogspot.com.br/2010/11/o-cheiro-que-aproxima-pobres-e-ricos.html
Figura 7. Área com IDH baixo - Canal do Tucunduba no Guamá em Belém/PA
Figura 8 - Área com IDH Muito Alto e Alto
2. CONCLUSÕES
Os mapas e os conteúdos disponibilizados no Atlas do Desenvolvimento Humano nas Regiões Metropolitanas são ótimos materiais para analisar e compreender a configuração dos principais aglomerados urbanos do Brasil. Em relação a organização espacial da Região Metropolitana de Belém a partir dos critérios da ONU, foi possível visualizar as desigualdades sociais latentes entre as unidades mapeadas, principalmente entre os bairros centrais de Belém e Ananindeua em comparação a periferia e aos demais municípios.
3. REFERÊNCIAS
Atlas do Desenvolvimento Humano nas Regiões Metropolitanas Brasileiras - Brasília: PNUD, Ipea, FJP, 2014. 120 p. - (Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil). Disponível em http://www.pnud.org.br/arquivos/AtlasdoDesenvolvimentoHumanonasRegi%C3%B5esMetropolitanas.pdf. Acesso em 10/05/2016.
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