quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Mineração na Serra dos Carajás usando Geotecnologias





Luiz Henrique Almeida Gusmão
Geógrafo e Lic. em Geografia (UFPA)
Mapas em Geral, Treinamentos,
Banco de dados, SHPs e Kmls
Contato: [55] (91) 98306-5306 (WhatsApp)
Emails: henrique.ufpa@hotmail.com
gusmao.geotecnologias@gmail.com




1. Serra dos Carajás e sua localização:

A Serra dos Carajás é uma grande cordilheira localizada no Sudeste do Pará, palco do Projeto Grande Carajás onde ocorre extração de minérios como: ferro, manganês, ouro, zinco, níquel, bauxita e outros.

A Região de Carajás é detentora de uma das maiores jazidas minerais do mundo, estimadas em 18 bilhões de toneladas. Está distante 670 km de Belém, capital do Pará. A Serra dos Carajás está próxima das cidades de Parauapebas (35 km), Curionópolis (64 km), Canaã dos Carajás (65 km), Eldorado dos Carajás (91 km) e Marabá (140 km).


Figura 1. Mapa de localização da Serra dos Carajás, Estado do Pará
Fonte: Luiz Henrique Almeida Gusmão, 2015

Nas suas proximidades está alocado o núcleo urbano de Carajás, onde mora grande parte dos trabalhadores, principalmente engenheiros, geólogos, gerentes operacionais e outros trabalhadores com mão-de-obra qualificada atuantes na Empresa de Mineração Vale, considerada uma das maiores mineradoras do mundo.


 Figura 2. Principal Mina da Serra dos Carajás - Parauapebas/PA
Fonte: Google Earth Pro
Coordenadas Geográficas: 6º4'20.80''S e 50°9'5.72''O (W)


A exploração mineral desta região desde a década de 1960 promoveu substancial mudança paisagística na região, ao converter florestas em imensas áreas de mineração, assim como acelerou a atividade pecuária e o desenvolvimento de centros urbanos próximos.

A potencialidade mineral destas terras contribuiu para a migração em massa de milhares de trabalhadores originários de todas as partes do Brasil, especialmente de estados como Maranhão, Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Minas Gerais.


Figura 3. Fluxo de pessoas em direção a Serra dos Carajás para trabalhar
Fonte: Google Earth

Não há números precisos de quantas pessoas se dirigiram para a região, mas sabemos que a presença de maranhenses e goianos é forte em relação aos nascidos no Pará.  

A imigração contribuiu para que a região tivesse grande concentração de pessoas fora do Estado do Pará, o que fortaleceu ainda mais o discurso sobre a criação do Estado de Carajás a partir da emancipação do Pará em 2013, sendo negado pela maioria da população paraense no plebiscito.

A exploração das minas na região já é intensamente mecanizada, no qual há existência de inúmeros tratores e retroescavadeiras. As fotos revelam a dimensão da mineração na Serra dos Carajás e o impacto devastador no espaço através da supressão de vegetação, exposição do solo aos processos erosivos com alterações na quantidade e qualidade dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, assim como a poluição do ar.

Figura 4. Extração de ferro em Serra dos Carajás

Figura 5. Extração de ferro em Serra dos Carajás


Figura 6. Tamanho da caçamba em relação ao trabalhador


A Ferrovia de Carajás é responsável pelo escoamento dos minérios da Serra em direção ao mercado europeu, chinês e norte-americano, utilizando o Porto de Itaqui (MA) para poder exportar através de navios de grande calado. 

No retorno do trem em direção a Parauapebas, este serve como meio de transporte de pessoas como ponto de chegada em Carajás, corroborando a importância desta ferrovia no cenário regional, abrangendo o Sudeste do Pará, Norte de Tocantins e Meio-Oeste do Maranhão.


Figura 7. Parauapebas próximo da Serra dos Carajás
Fonte: Google Earth Pro


O processo de antropização acelerado na região potencializou a importância das áreas protegidas ao seu redor, pois há grande biodiversidade nessa área, visto através de centenas de espécies animais como anfíbios, répteis, aves, mamíferos, primatas, entre outros, assim como as vegetais. 

Essa situação contribuiu para a criação da Floresta Nacional de Carajás em 1998, sendo administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação a Biodiversidade (ICMBio), em que a empresa Vale tem a concessão do uso do solo, assim como a não exploração de possíveis minérios que possam estar em terras indígenas.

Abaixo estão algumas reportagens em vídeo do Youtube sobre a Serra dos Carajás e da Mineração:

Projeto de Minério da Vale 
https://www.youtube.com/watch?v=Ui9WkhRS5qw

Documentário da Serra dos Carajás
https://www.youtube.com/watch?v=RbcW3JaIw1Y



2. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso dos mapa e da imagem de satélite oriundo do Google Earth foram excelentes recursos para a localização e caracterização da Serra dos Carajás, evidenciando a forte extração mineralógica e consequente impacto no espaço através da abertura de imensas áreas minerais. 



3. REFERÊNCIAS

DRUMMOND, F. et. al. Fauna da Floresta Nacional de Carajás: estudos sobre vertebrados terrestres. São Paulo. Nitro Imagens, 2012.

MECHI, Andrea and SANCHES, Djalma, L. Impactos ambientais da mineração no estado de São PauloEstud. av [online], 2010. v.24. n. 68. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142010000100016&script=sci_arttext. Acesso em 01 de agosto de 2015.

HOEFLE, S. et. al. Parauapebas/PA: A mão-de-ferro do Brasil na implantação do Projeto Grande Carajás. Disponível em http://www.cetem.gov.br/aquarios/documentos/2009/xii_egal/XII_EGAL_Rodrigo_Villa_Verde.pdf. Acesso em 27 de julho de 2015.


4. Consultoria em Cartografia e Geoprocessamento






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