quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

EM MAPAS: os homicídios contra as mulheres brasileiras



Luiz Henrique Almeida Gusmão
Geógrafo e Lic. em Geografia (UFPA)
Mapas em Geral, Treinamentos,
Banco de dados, SHPs e Kmls
Contato: [55] (91) 98306-5306 (WhatsApp)
Emails: henrique.ufpa@hotmail.com
gusmao.geotecnologias@gmail.com



1. Onde e quais mulheres foram vítimas de homicídio no Brasil?


A partir dos dados do Mapa da Violência - 2018, produzido pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) foi possível identificar como está a violência contra as mulheres no Brasil.

Para a construção dos mapas foram utilizados os seguintes dados do Mapa da Violência de 2018.

01. Tx. de homicídios de mulheres para cada 100 mil hab. por UF - 2016
02. Tx. de homicídios de mulheres negras para cada 100 mil hab. por UF - 2016
03. Tx. de homicídios de mulheres não negras para cada 100 mil hab. por UF - 2016
04. Predominância do homicídio de mulher por cor de pele por UF - 2016.
05. Tx. de variação de homicídios de mulheres entre 2015 e 2016 por UF.




Arte: Luiz Henrique A. Gusmão


1.1. Homicídios de mulheres

Segundo o Mapa da violência de 2018, 4.645 mulheres foram assassinadas no país, o que coloca o Brasil com uma taxa de 4,5 para cada 100 mil habitantes. Entre 2006 e 2016, a taxa de homicídio de mulheres aumentou 6,4%. Já entre 2015 e 2016, cerca de 1,6%, o que significa dizer que a pior violência contra o gênero só expandiu nos últimos anos.

No entanto, é preciso compreender como está essa taxa de homicídios de mulheres no país, não é verdade?!, pois o Brasil é grande e a situação não é igual em todo o país.

Para isso, usamos as taxas de homicídios de mulheres por unidade da federação para confeccionar um mapa e mostrar onde a situação é pior, veja:



É expressamente proibido o uso, aproveitamento ou compartilhamento sem autorização do autor. Caso queira o mapa, entre em contato. Respeite a propriedade intelectual do autor!


Segundo o mapa acima, a taxa de homicídios de mulheres foi maior no Estado de Roraima, onde 10 mulheres a cada 100 mil hab. são mortas, ou seja, mais mulheres são assassinadas lá do que qualquer estado brasileiro.

A taxa também é elevada no Mato Grosso, Pará, Goiás e em Rondônia, onde entre 6,1 e 8 mulheres são assassinada para cada 100 mil hab.

As taxas são moderadas na maioria dos estados nordestinos - sendo mais baixa no Piauí - parte da região Sudeste, do Norte e do Centro-Oeste. 

As taxas de homicídios de mulheres são mais baixas no Piauí, Minas Gerais, Santa Catarina e em São Paulo, abaixo de 4,0.


1.2 Homicídios de mulheres negras

Nesse estudo, o IPEA calculou as taxas para as mulheres negras, que ficou em 5,3 para o Brasil, valor bem superior à média que é de 4,5, ou seja, essas mulheres geralmente são as principais vítimas.

Em relação aos estados, Goiás tem a pior condição com 8,5, seguido pelo Pará com 8,3, sendo os mais violentos para as mulheres negras.

Ainda entre os mais violentos, os estados vizinhos nordestinos: Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas; mais parte da Região Norte, do Centro-Oeste e do Sudeste também se destacam negativamente, com taxa entre 6,1 e 8,0.

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Já aqueles menos violentos, destacam-se: Paraná, Minas Gerais, São Paulo e Piauí, onde o índice é inferior a 4,0.


1.3 Homicídios de mulheres não negras

Para as mulheres não negras, a taxa de homicídios foi igual a 3,1, bem inferior ao que vimos para as negras. Podemos deduzir que essa categoria inclui as brancas e pardas.

Em relação aos estados, Roraima possui o maior índice do Brasil - 21,1 - número extremamente elevado, que merece ser melhor compreendido.

Em segundo lugar, Rondônia registrou 6,6. As taxas mais altas estão presentes na maior parte da região Centro-Oeste, do Sul e do Norte, enquanto a maior parte do Nordeste e do Sudeste registrou índices moderados.

É expressamente proibido o uso, aproveitamento ou compartilhamento sem autorização do autor. Caso queira o mapa, entre em contato. Respeite a propriedade intelectual do autor!


Já aqueles menos violentos, destacam-se: Pará, Piauí, Ceará, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e São Paulo, todos com valor inferior a 2,2 mortes de mulheres para cada 100 mil hab.


1.4 Predominância de homicídios por cor de pele

O mapa abaixo corrobora com o que dissemos acima, as mulheres negras são as principais vítimas de homicídios do país em 22 UFs do Brasil, com exceção do Paraná e de 4 estados da Região Norte.


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Basta comparar os tons de roxo entre os dois mapas acima para verificar a discrepância da violência.


1.5 Variação das taxas de homicídios de mulheres


Novamente, o comportamento é bastante diferente, em que o Mato Grosso do Sul teve o maior aumento da taxa de mulheres assassinadas (38,8%), seguido por Pernambuco (21,8%) e do Acre (20%), ou seja, são os estados com os piores desempenhos na redução da violência.

Por outro lado, o combate ao homicídio foi mais visível no Piauí com redução de 25,8% e no Espírito Santo com 24,1%, visto no mapa abaixo:


É expressamente proibido o uso, aproveitamento ou compartilhamento sem autorização do autor. Caso queira o mapa, entre em contato. Respeite a propriedade intelectual do autor!


Das 27 UFs, em 15 houve redução e em 12 aumentou, o que seria interessante compartilhar as políticas públicas mais bem-sucedidas no combate a morte de mulheres. Geograficamente, a situação é discrepante em estados vizinhos, visto por exemplo entre MS e SP, PE e PI ou AC e RO.


***Então, gostou do conteúdo? Continue nos acompanhando. Gostou de algum mapa e gostaria de usar? ou quer um sobre o assunto? entre em contato (91) 98306-5306 e teremos o prazer em ajudar você!


2. Conclusões

Por meio dos mapas, vimos que os homicídios de mulheres negras são maiores do que com mulheres não negras, mostrando que a violência tem uma cor predominante. A pior violência contra a mulher no Brasil é difusa, onde há estados em situação pior do que outros, especialmente no Pará e Goiás referentes as negras, Roraima e Rondônia em relação as não negras. É possível dizer que os homicídios de mulheres cresceram no país, especialmente em doze estados brasileiros, enquanto outros quinze houve redução, o que evidencia políticas públicas diferentes no combate a violência.



3. Serviços de Geoprocessamento e Cartografia




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