Luiz Henrique Almeida Gusmão
Geógrafo e Lic. em Geografia (UFPA)
Mapas em Geral, Treinamentos,
Banco de dados, SHPs e Kmls
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1. INTRODUÇÃO
Essa postagem tem o objetivo de revelar quais eram os bairros mais populosos de Belém em 1960 e em 2010, com base nos dados disponíveis no livro: um estudo de Geografia Urbana em Belém do Geógrafo Antônio Rocha Penteado e pelo Anuário Estatístico de Belém, respectivamente, para ser analisado a dinâmica populacional dos mesmos. A dificuldade no acesso de dados mais remotos e de mais atuais sobre a população dos bairros da cidade se tornou um empecilho na análise entre a década de 70 a 90, mas é possível perceber uma mudança significativa nesse recorte temporal, através de gráficos, tabelas e mapas temáticos.
Palavras-chave: Belém. Bairros. População
2. METODOLOGIA
Para alcançamos os objetivos propostos, foi realizado uma revisão bibliográfica na obra: Geografia Urbana de Belém de PENTEADO (1968), o Anuário Estatístico de Belém da Prefeitura Municipal de Belém (2010); o software Excel 2007 na construção de gráficos e de tabelas dos bairros e os softwares ArcGis e QGIS na produção de dois mapas temáticos, com o método Corocromático, para a identificação dos bairros mais populosos na década de 60 e no ano de 2010.
3. DESENVOLVIMENTO
3.1 População de Belém em 1960
3.1 População de Belém em 1960
Na década de 60, o município de Belém tinha uma população de 359.988 habitantes distribuída por 20 bairros (PENTEADO, 1968). Mas quais eram os bairros que mais aglomeravam os belenenses naquela época em termos absolutos e relativos?
Fonte: PENTEADO (1968)
Organização: Luiz Henrique Almeida Gusmão
Organização: Luiz Henrique Almeida Gusmão
No quadro acima percebemos os dez bairros mais populosos da capital paraense na década de 60, destacando o Marco, Umarizal, Telégrafo sem Fio, Jurunas e a Pedreiras. Com base nessas informações foi gerado um mapa temático com o software QGIS para podermos visualizar a localização deles.
Conforme o mapa, os bairros mais populosos nos anos 60 estavam principalmente na zona norte da cidade, onde a maioria de sua população era de baixa renda (PENTEADO, 1960). Nessa área começava a se intensificar o processo de migração, sobretudo de pessoas oriundas do interior do Pará e de alguns estados nordestinos.
No sul de Belém, o bairro do Jurunas e Condor já se destacavam como locais populosos da cidade, em que a maioria de sua população também era de baixa renda (PENTEADO, 1960). Os bairros centrais daquela época eram: Campina, Nazaré, Batista Campos e Cidade Velha.
Figura 02. Mapa dos bairros mais populosos de Belém em 1960
Fonte: Luiz Henrique Almeida Gusmão (2018)
Conforme o mapa, os bairros mais populosos nos anos 60 estavam principalmente na zona norte da cidade, onde a maioria de sua população era de baixa renda (PENTEADO, 1960). Nessa área começava a se intensificar o processo de migração, sobretudo de pessoas oriundas do interior do Pará e de alguns estados nordestinos.
No sul de Belém, o bairro do Jurunas e Condor já se destacavam como locais populosos da cidade, em que a maioria de sua população também era de baixa renda (PENTEADO, 1960). Os bairros centrais daquela época eram: Campina, Nazaré, Batista Campos e Cidade Velha.
Neles já haviam moradias das classes mais abastadas, possuindo parte do seu terreno destinado as atividades comerciais, institucionais e de lazer, tais como praças públicas.
Os dez bairros mais populosos de Belém eram responsáveis por 68,7% de toda a população da cidade, no qual a maioria estava situado dentro da *Primeira Légua Patrimonial, com exceção do Souza.
Ou seja, a maioria dos belenenses morava na principal porção de terra doada pelo então Governador do Maranhão e Grão-Pará em 1703. Desde esse momento, a população foi crescendo, em ritmo menos acelerado, em direção as atuais Rodovias Augusto Montenegro, Arthur Bernardes e BR-316.
Fonte: Luiz Henrique Almeida Gusmão (2018)
*Primeira Légua Patrimonial: Trata-se de uma porção de terra de 4.110 hectares que em 01/10/1627, foi doada, e demarcada oficialmente em 1703, obedecendo o traço de uma légua em arco quadrante das margens do Rio Pará em direção ao sul e do Guamá em direção ao norte. Essa doação foi efetuada por meio da carta de sesmaria, pelo então Governador do Maranhão e do Grão-Pará - Francisco de Carvalho `Câmara Municipal de Belém (MEIRA FILHO, 1976)
3.2 População de Belém de 1960 para 2010
Após 50 anos...será que mudou esse quadro?
Após 50 anos...será que mudou esse quadro?
Sim!. Belém teve um crescimento acelerado e desordenado, em decorrência das altas taxas de natalidade e do intenso fluxo migratório do interior do Pará e do Maranhão. Esse processo resultou na expansão da malha urbana de Belém, sobretudo as margens da Rodovia Augusto Montenegro (Antiga estrada que dava acesso ao distrito de Icoaraci), da Av. Almirante Barroso (Antiga Av. Tito Franco) e da Rodovia BR-316 (Antiga Estrada de Ferro Belém-Bragança).
A população de Belém passou de 359.988 habitantes na década de 60 para cerca de 1.393.399 habitantes em 2010 (IBGE, 2010). Sendo assim, cresceu 287% e se tornou metrópole regional do Brasil.
A população de Belém passou de 359.988 habitantes na década de 60 para cerca de 1.393.399 habitantes em 2010 (IBGE, 2010). Sendo assim, cresceu 287% e se tornou metrópole regional do Brasil.
Esse crescimento urbano foi se espraiando em direção ao município de Ananindeua, propiciando na década de 80, a institucionalização da Região Metropolitana de Belém, formada pelas duas cidades.
No ano de 2010, a "Grande Belém" ou a RMB atingiu a soma de 2.141.618 habitantes (IBGE, 2010), constituída por 6 municípios (Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Benevides e Santa Isabel do Pará).
No ano de 2010, a "Grande Belém" ou a RMB atingiu a soma de 2.141.618 habitantes (IBGE, 2010), constituída por 6 municípios (Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Benevides e Santa Isabel do Pará).
Figura 4. População de Belém (1960-2010)
Fonte: PENTEADO (1968) e IBGE (2010)
Organização: Luiz Henrique Almeida Gusmão
Em 2010 existiam 71 bairros na malha urbana da cidade, cerca de 51 a mais do que em 1960!
Esses novos bairros foram sendo incorporados a Belém em períodos diferentes, como aqueles ao longo da Rodovia Augusto Montenegro (Mangueirão, Cabanagem, Parque Verde, Bengui, Tapanã e outros), da Rodovia Arthur Bernardes (Miramar, Val-de-Cans, Pratinha, Paracuri e outros), do início da Rodovia BR-316 e de suas transversais (Castanheira, Guanabara, Aurá e Águas Lindas), os da Ilha de Mosqueiro (Vila, Paraíso, Baía do Sol, Praia Grande, Marahu e outros) e da Ilha de Caratateua ou Outeiro (Água Boa, São João do Outeiro, Itaiteua e outros).
Contudo, quais eram os bairros mais populosos da cidade no ano de 2010? Último dado disponível pelo censo.
Esses novos bairros foram sendo incorporados a Belém em períodos diferentes, como aqueles ao longo da Rodovia Augusto Montenegro (Mangueirão, Cabanagem, Parque Verde, Bengui, Tapanã e outros), da Rodovia Arthur Bernardes (Miramar, Val-de-Cans, Pratinha, Paracuri e outros), do início da Rodovia BR-316 e de suas transversais (Castanheira, Guanabara, Aurá e Águas Lindas), os da Ilha de Mosqueiro (Vila, Paraíso, Baía do Sol, Praia Grande, Marahu e outros) e da Ilha de Caratateua ou Outeiro (Água Boa, São João do Outeiro, Itaiteua e outros).
Contudo, quais eram os bairros mais populosos da cidade no ano de 2010? Último dado disponível pelo censo.
Fonte: ANUÁRIO ESTATÍSTICO DE BELÉM (2010)
Organização: Luiz Henrique Almeida Gusmão
No quadro acima, nos deparamos com os bairros mais populosos em 2010, dos quais merece destaque o Guamá, a Pedreira, a Marambaia, o Tapanã e o Marco. O mapa abaixo destaca a distribuição dos bairros mais populosos da cidade para o ano de 2010.
Figura 6. Mapa dos bairros mais populosos de Belém em 2010
Fonte: Luiz Henrique Almeida Gusmão (2018)
Segundo o mapa, os bairros mais populosos de Belém ainda estavam na Primeira Légua Patrimonial, principalmente ao longo da avenida Perimetral, Dr. Freitas, Senador Lemos e Pedro Álvares Cabral. Percebe-se que a maioria deles constituem a chamada periferia imediata, por estar a menos de 10 km do centro da cidade.
Realizando uma analogia com os maiores em 1960, percebemos que a Terra Firme e a Marambaia nem aparecem entre os maiores naquele ano; a Pedreira, o Marco, o Telégrafo, o Jurunas, o Guamá e a Sacramenta continuam entre os mais populosos; o Tapanã e o Coqueiro nem existiam em 1960. Já o bairro do Guamá é o mais populoso da cidade com mais de 100.000 habitantes, maior até que municípios da Grande Belém.
Conclui-se que entre 1960 e 2010, a malha urbana de Belém expandiu consideravelmente, repercutindo na existência de 71 bairros, assim como a população que passou de 359.899 para 1.393.399 habitantes. A dinâmica demográfica foi bastante significativa, em que muitos são mais populosos do que municípios da Região Metropolitana. Esse "inchaço" populacional muitas vezes não é positivo, porque a demanda por serviços básicos de saúde, saneamento básico, educação, lazer e outros nem sempre é acompanhada pela execução de obras pela prefeitura, contribuindo para o aumento do desemprego, da violência urbana, da desigualdade socioespacial, na precariedade das moradias e na disseminação de doenças.
5. REFERÊNCIAS
PENTEADO, A. R. Belém do Pará: Estudo de Geografia Urbana. Vol. 1. Coleção Amazônica. Série José Veríssimo. Universidade Federal do Pará - UFPA. 1968.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo demográfico 2010. IBGE.
BELÉM. Anuário Estatístico de Belém. Prefeitura de Belém, 2010.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo demográfico 2010. IBGE.
BELÉM. Anuário Estatístico de Belém. Prefeitura de Belém, 2010.
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