terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Cidade dos Extremos: A Desigualdade Social em Ananindeua




🌎Luiz Henrique Almeida Gusmão
Geógrafo e Lic. em Geografia (UFPA)
Mapas em Geral, Treinamentos,
Banco de dados, SHPs e Kmls
Contato: [55] (91) 98306-5306 (WhatsApp)
Emails: henrique.ufpa@hotmail.com
gusmao.geotecnologias@gmail.com




1. A desigualdade social em Ananindeua

O município de Ananindeua pertence a Região Metropolitana de Belém, localizado no Estado do Pará. A cidade de Ananindeua assim como muitas outras brasileiras, é conhecida por sua grande desigualdade social que varia conforme a porção do seu território.

Com a posse dos dados do PNUD/Brasil (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) foi possível espacializar diversos dados. O primeiro refere-se a esperança de vida ao nascer

Em Ananindeua, as UDH (Unidades de Desenvolvimento Humano) com as maiores esperanças de vida localizam-se principalmente na zona oeste da cidade e todos representam condomínios horizontais fechados, como: Via Roma, Vila Firense, Green Garden/Fit Coqueiro, Lago Azul/Amazon Garden, Oásis e Azpha Ville, destacados no mapa 01.


Mapa 01. Zonas com as maiores e menores esperanças de vida ao nascer em Ananindeua/PA (2010)
Fonte dos dados: PNUD (2010)
Elaborador: GUSMÃO, L (2019)
*O uso e aproveitamento são proibidos


Todos os condomínios destacados no mapa são de classe média ou alta, onde a expectativa de vida é de quase 80 anos, comparável as taxas de países europeus. Já aqueles com as menores expectativas de vida, destacam-se residenciais de classe baixa, bairros periféricos e zonas rurais. 

O intervalo de tempo de vida nesses lugares está entre 69 e 70 anos, todos as margens da área central. A diferença entre aqueles que vivem mais e menos é de quase 10 anos!.

O segundo item refere-se a mortalidade infantil até 1 ano de idade, em que as zonas se repetem novamente. Aquelas com os índices mais altos (26,2 - 27,8 por 1.000 hab) estão em sua maioria na periferia de Ananindeua, com destaque negativo para a UDH: Icuí / Curuçambá / Distrito Industrial com o maior valor da cidade (27,8).


Mapa 02. Zonas com as maiores e menores taxas de mortalidade infantil em Ananindeua/PA (2010)
Fonte dos dados: PNUD (2010)
Elaborador: GUSMÃO, L (2019)
*O uso e aproveitamento são proibidos


Em relação aquelas com as menores taxas, novamente os condomínios fechados possuem os mais baixos (9,6), a maioria localizado na porção oeste de Ananindeua. Quando comparamos as duas taxas, a diferença é de quase 3 vezes, ou seja, de cada 1.000 crianças que nascem por exemplo no Distrito Industrial, 26 devem morrer, enquanto na Vila Firense apenas 9 devem morrer (PNUD, 2010).

Por último, o dado sobre a população que já finalizou ou está cursando o ensino superior mostra a maior diferença entre as zonas (PNUD, 2010). Por coincidência mais uma vez, as áreas com os maiores percentuais de pessoas ocupadas no ensino superior são aquelas de condomínio fechado (mapa 03), com taxa próxima a 42% dos adultos nessa condição.


Mapa 03. Zonas com os maiores e menores percentuais de pessoas ocupadas no ensino superior em Ananindeua/PA (2010)
Fonte dos dados: PNUD (2010)
Elaborador: GUSMÃO, L (2019)
*O uso e aproveitamento são proibidos


Já as áreas com os menores índices, destacam-se as mesmas zonas citadas acima. Aquela com o menor índice é Heliolândia, onde apenas 1,8% dos adultos concluíram ou estavam cursando o ensino superior (PNUD, 2010). A diferença no acesso ao ensino superior entre as zonas é de quase 20 vezes, bem maior do que as variáveis mortalidade infantil e esperança de vida.


2. Conclusões

Os mapas ressaltaram a desigualdade social em Ananindeua em relação a esperança de vida, mortalidade infantil e ao ensino superior. Coincidentemente, as melhores condições de vida e educação pertencem aos condomínios fechados de Ananindeua, enquanto as áreas mais desfavorecidas nesses aspectos são bairros periféricos e as zonas rurais. Os mapas usados nessa postagem mostram a importância dos mesmos para estudos sobre as cidades.

Gostou dos mapas? Saiba como obtê-los aqui Mapas Acadêmicos.


3. Referências

Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil: PNUD - 2010



4. Serviço de Cartografia e Geoprocessamento




segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Fotos incríveis da Terra pela NASA (Livro)




🌎Luiz Henrique Almeida Gusmão
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1. A Terra como Arte (Livro)

A NASA (National Aeronautics and Space Administration) publicou recentemente o livro "Earth as Art", traduzido de forma literal como "Terra como Arte". 

O livro contém uma série de imagens de satélite impressionantes de diferentes locais do nosso planeta. A NASA priorizou paisagens naturais que parecem verdadeiras obras de arte. Locais como: Deserto da Namíbia, Himalaia, Canadá, Argélia, Estados Unidos e muitos outros estão presentes. 

São mais de 150 páginas de PURA ARTE!. Que tal conferir e fazer o download? O link está abaixo:



Capa do livro da NASA: Earth as Art


Lembramos que todos os direitos estão reservados a NASA. Nós apenas estamos compartilhando esse produto da empresa por estar em consonância com os princípios da mesma.


**Então, qual das imagens vocês gostaram mais? Você precisa de mapas para apresentar nas suas pesquisas científicas? Conheça o nosso trabalho! :) Serviço de Mapas Acadêmicos. 







sábado, 23 de fevereiro de 2019

10 Obras que comprovam as Mudanças Climáticas




Luiz Henrique Almeida Gusmão
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1. Dez (10) obras que comprovam as Mudanças Climáticas



O tema MUDANÇAS CLIMÁTICAS é polêmico e muitos insistem em não acreditar por questões políticas e econômicas, não é verdade?, embora haja CONSENSO na COMUNIDADE CIENTÍFICA de que as mudanças no clima já ocorrem e serão agravadas ao decorrer dos anos. Por isso, resolvemos selecionar artigos e livros que comprovam essa situação através de dados validados.


#01. Fundamentos Científicos das Mudanças Climáticas (Rede Clima e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas) - Download

#02. Mudanças Climáticas Globais e seus efeitos sobre a Biodiversidade (Ministério do Meio Ambiente, 2006) - Download

#03. Mudanças Climáticas (Ministério do Meio Ambiente, 2011) - Download

#04. Mudanças Climáticas e Cidades (Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, 2016) - Download

#05. Diretrizes para Formulação de Políticas Públicas em Mudanças Climáticas no Brasil (MONZONI org, 2009) - Download



M A T E R I A I S   EM   I N G L Ê S



#06. The Effects of Climate Change on Agriculture, Land Resources, Water Resources and Biodiversity in the United States (US Climate Change Science Program, 2008) - Download

#07. Global Climate Risk in 2019 (GermanWatch, 2018) - Download

#08. Climate Change Perfomance Index 2019 (GermanWatch, 2018) - Download

#09. Climate Change: Impacts, Vulnerabilities and Adaptation in Devoloping Countries (United Nations Frameworks Convention on Climate Change, 2007) - Download

#10. Climate Change in 2018: Implications for Business (Harvard Business School, 2018) - Download



Boa leitura a todos!

Então, gostou da nossa lista? Você precisa de mapas para apresentar nas suas pesquisas científicas? Conheça o nosso trabalho! :) Serviço de Mapas Acadêmicos.


terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Mapa da Morte: os 21 municípios mais violentos do Brasil




Luiz Henrique Almeida Gusmão
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1. Mapa da Morte: Origem dos dados

Na publicação do Atlas da Violência de 2018, o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) realizou o mapeamento das mortes violentas nos municípios brasileiros com população superior a 100 mil habitantes com dados de 2016.

Para essa publicação, selecionamos os 21 municípios mais violentos do Brasil, aqueles com os maiores índices de mortes violentas por 100 mil habitantes.



Arte: Pixabay / Elaborador: Luiz Henrique Almeida Gusmão




2. Os municípios mais violentos do Brasil

Segundo os dados do IPEA, dentre os 21 municípios mais violentos do Brasil, a maioria (11) está localizado no Nordeste (52,3%), sobretudo na Bahia com 8. 

Na região Norte, todos são do Pará (5). No Sudeste, os dois são do Estado do Rio de Janeiro. A região Sul tem 2 na lista e o Estado de Goiás tem 1. A lista geral está abaixo:





Chama atenção que entre os 5 mais violentos do país, 4 são da Bahia, todos com taxa de homicídio acima de 100. É chocante que duas cidades da região metropolitana do Rio de Janeiro também se destaquem, assim como 5 do Estado do Pará - 3 da região metropolitana de Belém - entre as mais violentas.

O mapa abaixo mostra a distribuição espacial dos municípios mais violentos do Brasil, com forte concentração no litoral nordestino, nos arredores de Belém/PA e no litoral fluminense.


É expressamente proibido o uso, aproveitamento ou compartilhamento sem autorização do autor. Caso queira o mapa, entre em contato. Respeite a propriedade intelectual do autor!


Conforme o mapa, os municípios mais violentos da Região Norte são: Altamira e Marabá. Na Região Nordeste são: Eunápolis e Simões Filho. Já na Região Centro-Oeste é Luziânia. No Sudeste são: Queimados e Japeri. Já no Sul são: Almirante Tamandaré e Viamão.

No estudo do IPEA, o órgão faz várias correlações com outros dados como: educação, pobreza, trabalho, habitação, gravidez na adolescência e vulnerabilidade juvenil.

Os municípios mais violentos do Brasil normalmente possuem indicadores sociais inferiores se compararmos com os mais pacíficos. Por exemplo, enquanto 21,1% das crianças do município de Queimados/RJ são pobres, em Brusque/SC apenas 1,8% delas estão na mesma situação (Mapa da Violência, 2018).

A taxa de desocupação de jovens - entre 15 e 17 anos - em Queimados é de 41,3%, já em Brusque/SC é de apenas 8,7% (Mapa da Violência, 2018), o que mostra a grande discrepância entre os mesmos. Condições socioeconômicas desfavoráveis atreladas a fatores externos influenciam diretamente altos índices de violência.


3. Conclusões

Os dados do Mapa da Violência nos mostram que as cidades mais violentas do Brasil com - população acima de 100 mil habitantes - estão concentradas na Região Nordeste e Norte, especialmente nos Estados da Bahia e do Pará. No entanto, algumas cidades do Rio de Janeiro estão entre as dez mais violentas do país. 

Então, gostou do conteúdo? Tem interesse em representar dados de violência em mapas? Você os tem? Quer que eu pesquise? Entre em contato para mais detalhes (91) 98306-5306 ou acesse Mapas Acadêmicos para saber mais.


4. Serviços de Cartografia e Geoprocessamento





quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Os números do CRIME AMBIENTAL em Brumadinho/MG




Luiz Henrique Almeida Gusmão
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1. Os números do Crime Ambiental em Brumadinho/MG

No dia 25/01/2019, a barragem próxima a mina do Córrego do Feijão que segurava rejeitos de ferro da empresa VALE rompia. O volume estimado em 12,7 milhões de metros cúbicos de mineração avançou em direção aos estabelecimentos da empresa, de pousadas e povoados. Os números da catástrofe no primeiro dia pós-rompimento foram os seguintes:



É expressamente proibido o uso, aproveitamento ou compartilhamento sem autorização do autor. Caso queira o mapa, entre em contato. Respeite a propriedade intelectual do autor!



Como podemos ver acima, o número de mortos até o 1° dia de busca era baixo se comparado com o da tragédia de Mariana - 19 mortos. No entanto, o número de pessoas resgatadas e desaparecidas era extremamente alto, o que poderia aumentar ainda mais conforme a vistoria dos bombeiros avançasse também. 


Após a intensificação do trabalho dos bombeiros nas áreas mais atingidas, os números foram atualizados (04/02/2019) pelos bombeiros e evidenciam a grande letalidade do rompimento da barragem, visto abaixo:



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Após uma semana, o número de mortos cresceu assustadoramente 1.388%! e mostra a gravidade do rompimento da barragem. Já o número de pessoas resgatadas cresceu 1,5% que mostra a rapidez dos bombeiros nas buscas.


Já o número de desaparecidos reduziu 33%, que representa os esforços dos bombeiros nas áreas mais atingidas e isoladas. Ou seja, o desmoronamento da barragem em Brumadinho representou um dos maiores desastres com barragem do Brasil e do mundo devido a alta letalidade.


Se compararmos o total de vítimas após o rompimento da barragem da Samarco em Mariana no ano de 2015 com o de Brumadinho, percebemos que o segundo foi significativamente maior, já que à área atingida era mais densamente povoada e próxima à área da empresa, visto abaixo:



É expressamente proibido o uso, aproveitamento ou compartilhamento sem autorização do autor. Caso queira a figura, entre em contato. Respeite a propriedade intelectual do autor!


2. Conclusão

O desmoronamento da barragem representou uma tragédia à população de Brumadinho, pois 134 pessoas faleceram, centenas ficaram desaparecidos e outras centenas foram resgatadas, o que repercutiu em uma comoção na cidade e em todo o país. A tragédia mostrou novamente que são duvidosas as normas de seguranças das barragens no Brasil, mesmo aquelas com baixo risco de acidente.




3. Referências

UOL Notícias. Barragem de Brumadinho tem 12 milhões de metros cúbicos de mineração

Uol Notícias. Rompimento da barragem em Brumadinho

G1 Jornal Nacional. Números oficiais dos atingidos no rompimento da barragem em Brumadinho




4. Serviços de Geoprocessamento e Cartografia