segunda-feira, 27 de março de 2023

Brasil: produção de feijão em 2021


Luiz Henrique Almeida Gusmão
Msc. Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbnano (UNAMA)
Geógrafo e Lic. em Geografia (UFPA)
Mapas em Geral, Treinamentos,
Banco de dados, SHPs e Kmls
Contato: [55] (91) 98306-5306 (WhatsApp)
Email: luizgusmao.geo@gmail.com



#Brasil: produção de feijão em 2021

O feijão é um alimento indispensável na mesa do brasileiro e é um dos pilares da culinária do país. É fonte de proteínas e fibras. Esse alimento tem grande importância econômica e é responsável por gerar emprego e renda em todo o Brasil. Mas afinal, onde se produz mais feijão? e menos? 

A partir dos dados do IBGE (2021) sobre a produção de feijão, eu realizei um mapa para indicar onde há produção. Essa figura foi a primeira realizada com o auxílio do Canva, uma plataforma de design gráfico já bastante popular, mas pouco usada por geógrafos e cartógrafos.


Figura 1. Brasil: produção de feijão (2021)


O mapa acima mostra a produção de feijão, em toneladas, por unidade federativa. Os maiores produtores do país são o Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás, cuja produção foi superior a 355 mil toneladas.

Em seguida, temos os estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia e Ceará, com produção entre 229 a 89 mil toneladas. Os demais tiveram produção inferior a 78 mil.

Do ponto de vista estético, essa figura facilita bastante a compreensão do que é e como é o feijão. Todos podem entender com facilidade: crianças, jovens, adultos e idosos. Para o público acadêmico, o mapa também é útil, facilitando e atraindo maior atenção para o tema. Esse símbolo gráfico aproxima as pessoas do mapa e de discussões que poderão sser realizadas em torno do feijão. A figura também nos instiga a querer ver a produção por município, mas nem sempre essa maneira será a mais adequada, já que limites municipais costumam ser muito pequenos.

Ainda assim, é interessante que nós, geógrafos e cartógrafos nos aproximemos desse tipo de visualização. Há vários pontos positivos, desde os estéticos até a retenção da atenção do público-alvo. Além disso, o site Canva oferece uma ampla variedade de opções para criação de gráficos e figuras, assim como mapas e outros tipos de visualização geográfica.


domingo, 26 de março de 2023

Roraima: desmatamento em 6 imagens


Luiz Henrique Almeida Gusmão
Msc. Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano (UNAMA)
Geógrafo e Lic. em Geografia (UFPA)
Mapas em Geral, Treinamentos,
Banco de dados, SHPs e Kmls
Contato: [55] (91) 98306-5306 (WhatsApp)
Email: luizgusmao.geo@gmail.com



#Roraima: desmatamento em 6 imagens

No ano de 2022, alguns amigos e eu escrevemos um artigo para o Congresso Brasileiro Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia. O material original se encontra nesse link: DESMATAMENTO NAS FLORESTAS DO ESTADO DE RORAIMA, AMAZÔNIA BRASILEIRA: CONTEXTUALIZAÇÃO EM SEIS IMAGENS, mas vamos trazer os principais pontos e conclusões. 

Eu sugiro ler o artigo completo para ver as discussões sobre cada mapa. 

O objetivo deste estudo foi avaliar e contextualizar o desmatamento ocorrido em Roraima até o ano de 2020, por meio do uso de dados estatísticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do Projeto Mapbiomas.


O primeiro mapa realizado por nós objetivou mostrar o quanto restava de florestas originais, por município, até o ano de 2020. As descobertas a partir desse mapa foram as seguintes:

  • Roraima ainda é predominantemente coberto por floresta.
  • Todos os municípios do estado têm mais de 50% das florestas mantidas.
  • Os municípios do norte e sudoeste do estado são aqueles com os maiores índices de cobertura florestal remanescente, acima de 90%.
  • A maioria dos municípios da região central tem os menores índices de cobertura florestal mantidas.

Figura 1. Roraima: percentual de florestas originais mantidas em 2020



O segundo mapa objetivou evidenciar quanto o desmatamento variou entre o ano de 2018 e 2020. A partir desse mapa ficou claro que:

  • O desmatamento aumentou em quase todos os municípios de Roraima no período, exceto em Normandia.
  • A taxa predominante de desmatamento nos municípios foi superior a 100%, exceto em Amajari, São Luiz e São João da Baliza.
  • Os municípios de Alto Alegre e Iracema foram aqueles com as maiores variações de desmatamento, cerca de 674% e 651%.
  • A dificuldade de manter a floresta em pé foi visível no estado.

Figura 2. Roraima: variação do desmatamento ocorrido entre 2018 e 2020



O terceiro mapa buscou retratar o desmatamento acumulado até o ano de 2020. Esse mapa nos ajudou a entender que:

  • A taxa de desmatamento acumulado predominante é baixa, em atpe 16,5% na maioria dos municípios.
  • São Luiz foi classificado como o município mais desmatado de Roraima.
  • A região sul e central do estado foram aquelas mais desmatadas ao longo de todo o processo de ocupação humana.
  • Os municípios menos desmatados de Roraima estão na região norte, na fronteira com a Venezuela e a Guiana.


Figura 3. Roraima: desmatamento de áreas florestais originais, em percentual, até 2020


O quarto mapa buscou representar os principais usos do solo do estado de Roraima até o ano de 2020, que no caso são: pastagem e agricultura. A partir desse mapa ficou claro que:

  • A pastagem foi a principal responsável pelo desmatamento em Roraima, pois ocupava pouco mais de 1 milhão de hectares.
  • A agricultura foi a segunda maior causa de desmatamento no estado, já que ocupava 44,1 mil hectares de terra.
  • A pastagem se estende principalmente pelas terras do sul, oeste e sudoeste do estado, bem como ao longo das rodovias.
  • A agricultura estava concentrada na porção central do estado, especialmente em Boa Vista, Bonfim e Alto Alegre.
  • O extremo norte e oeste do estado são as regiões com pouca ou nenhum uso do solo, onde as florestas estão preservadas até então.


Figura 4. Roraima: áreas agrícolas e de pastagens em 2020


A quinta figura buscou representar a área plantada por soja e outras lavouras no estado de Roraima em dois momentos: 2001 e 2020. A figura nos auxiliou a entender que:

  • A expansão da soja ocorreu principalmente na região central de Roraima, nos municípios de Alto Alegre, Boa Vista, Bonfim, Cantá e Mucajaí.
  • Dentre os cultivos agrícolas desenvolvidos em Roraima, a soja foi a mais evidente, ao ocupar a maioria das terras.
  • As maiores expansões agrícolas ocorreram em Boa Vista, Alto Alegre e Bonfim.


Figura 5. Roraima: área plantada de soja e de outras lavouras em 2001 e 2020



A última figura foi um gráfico. O objetivo dele era mostrar as áreas desmatadas em todo o estado de Roraima entre o 2001 até 2020. Esse gráfico nos ajudou a compreender que:

  • O desmatamento voltou a crescer significativamente a partir de 2018.
  • O ano de 2019 foi um dos anos recordes da taxa de desmatamento no estado.
  • O desmatamento no ano de 2020 reduziu após sucessivos aumentos em 2018 e 2019.
  • O último ano de desmatamento avaliado (2020) foi bastante superior àqueles ocorridos entre 2009 e 2018.

Figura 6. Taxa de desmatamento ocorrido em Roraima entre 2001 e 2020 


As principais conclusões do estudo foram:

  • Os resultados da pesquisa apontaram a retomada das altas taxas de desmatamento em Roraima (acima de 300 km²) quando comparados com a maioria das taxas anteriores, ou seja, retrocesso ambiental.
  • Na perspectiva recente, entre 2018 e 2020, houve expansão significativa do desmatamento na maioria dos municípios e indicativo de dificuldade de preservar as florestas do território roraimense.
  • Apesar dos constantes desmatamentos em Roraima, as florestas ainda predominaram nos 16 municípios em detrimento de usos antrópicos como pastagens e áreas agrícolas, até o ano de 2020.
  • Predominaram taxas de desmatamento acumulado inferiores a 20% na maioria dos municípios roraimenses, com exceção de São Luiz, onde a taxa está próxima de 40%. Ou seja, restam imensas áreas florestais no estado.
  • As pastagens foram as principais responsáveis pela derrubada de florestas, especialmente ao longo das rodovias estaduais e federais.
  • O crescimento da área plantada de soja foi vertiginoso nas últimas décadas e ocorreu especialmente no entorno da capital Boa Vista.
  • Diante da escalada do desmatamento a partir da expansão dos pastos e da soja, são necessárias políticas públicas emergenciais e eficientes de contenção das perdas florestais em Roraima.
  • A ampliação do corpo técnico e dos investimentos nos programas de monitoramento e fiscalização do desmatamento são indispensáveis para fortalecer o uso sustentável dos recursos naturais.

Para citar o artigo original: GUSMÃO, Luiz Henrique Almeida; MESSIAS, Cassiano Gustavo; SILVA, Libério. DESMATAMENTO NAS FLORESTAS DO ESTADO DE RORAIMA, AMAZÔNIA BRASILEIRA: CONTEXTUALIZAÇÃO EM SEIS IMAGENS.. In: Anais do Congresso Brasileiro Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia. Anais...Diamantina(MG) Online, 2022. Disponível em: <https//www.even3.com.br/anais/cobicet2022/509775-DESMATAMENTO-NAS-FLORESTAS-DO-ESTADO-DE-RORAIMA-AMAZONIA-BRASILEIRA--CONTEXTUALIZACAO-EM-SEIS-IMAGENS>. Acesso em: ....