quarta-feira, 29 de maio de 2019

Banco de Dados Ambientais do IBGE - Plataforma




Luiz Henrique Almeida Gusmão
Geógrafo e Lic. em Geografia (UFPA)
Mapas em Geral, Treinamentos,
Banco de dados, SHPs e Kmls
Contato: [55] (91) 98306-5306 (WhatsApp)
Emails: henrique.ufpa@hotmail.com
gusmao.geotecnologias@gmail.com




1. Banco de dados ambientais do IBGE, você conhece?

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é o maior provedor de dados do Brasil, pois suas pesquisas relatam a situação do país em diversos âmbitos. A questão ambiental também está inserida nesse contexto e ganhou uma Plataforma de Dados Ambientais com a divulgação de informações sobre Geomorfologia, Geologia, Pedologia, Vegetação e Uso e Cobertura da Terra.


Arte: Luiz Henrique A. Gusmão
Fonte: FreePhotos por Pixabay


O intuito do IBGE é facilitar o acesso de dados ambientais do país, permitindo visualizar, quantificar e baixar as informações em Jpeg e Shapefile. Para quem trabalha na área de geoprocessamento, a plataforma disponibiliza automaticamente os dados supracitados em formato shapefile para todos os estados, DF e municípios do Brasil. Veja o exemplo abaixo com a busca pelos solos do Brasil, com uma coluna ao lado contendo a legenda e a caixa de "exportar": 



Figura 1. Representação dos solos do Brasil na plataforma BDIA do IBGE
 Fonte: IBGE 


Além dos dados, há na plataforma um dicionário, que permite a você compreender melhor a origem dos dados, a metodologia usada para a confecção dos produtos e a explicação detalhada da legenda, inclusive com as referências!



Figura 2. Dados no campo "dicionário" da plataforma do IBGE
Fonte: IBGE


A partir da plataforma é possível ensinar sobre os conceitos apresentados pelo IBGE com a ajuda dos mapas hospedados no site. É uma forma rápida de ensinar e mostrar informações ambientais importantes aos estudantes de ensino fundamental ou médio e até universitários.


Então, você gostou da dica? Já conhecia essa plataforma do IBGE? Conte a sua experiência com a mesma. Ficaremos satisfeitos se conseguirmos ajudar você!

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Mapas das Doenças no Brasil pela falta de saneamento básico



Luiz Henrique Almeida Gusmão
Geógrafo e Lic. em Geografia (UFPA)
Mapas em Geral, Treinamentos,
Banco de dados, SHPs e Kmls
Contato: [55] (91) 98306-5306 (WhatsApp)
Emails: henrique.ufpa@hotmail.com
gusmao.geotecnologias@gmail.com




1. Mapas das Doenças no Brasil pela falta de saneamento básico

O saneamento básico consiste nas seguintes atividades: coleta e tratamento de esgoto, abastecimento de água potável, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e das águas pluviais, sendo indispensável para que todos possam ter uma vida mais digna, distantes de agentes patógenos que se desenvolvem em um ambiente não saneado.

Apesar do saneamento ser um direito assegurado pela Constituição Federal e definido pela Lei n° 11.445/2007, nem todos os brasileiros têm acesso, o que contribui para o acirramento das desigualdades sociais no país e a proliferação de doenças decorrentes da carência ou ausência desse serviço.


Arte: Luiz Henrique Almeida Gusmão
Fonte da imagem: Portal Saneamento Básico


A partir dos dados do DATASUS compilados no portal do TRATA BRASIL foi possível comparar a quantidade de internação no Brasil por doenças diretamente associadas a falta de saneamento: dengue, diarreia, febre amarela, leptospirose, malária e esquistossomose, para os anos de 2010, 2014 e 2017.

*Embora o título destaque a palavra "Mapa", nessa postagem os produtos foram tratados como figuras.


2. Ocorrências das doenças

Entre as seis doenças relacionadas a falta de saneamento básico, a diarreia foi a mais frequente em todos os anos, sempre com valores acima de 200.000 casos. Em seguida, a dengue é a enfermidade mais recorrente com valores acima de 19.000. Já aquelas com menos casos destacaram-se: esquistossomose e febre amarela (Figura 1).


Figura 1. Quantidade de internações no Brasil por doença associada a falta de saneamento básico
Fonte: DATASUS / Elaborador: Luiz Henrique Almeida Gusmão
*É proibido o uso e o compartilhamento sem autorização do autor


No entanto, quando se compara a variação das  internações entre 2010 e 2017, os casos reduziram drasticamente, especialmente a dengue (-79%), malária (-62%) e diarreia (-53%). Por outro lado, o número de casos de febre amarela explodiu no Brasil aumentando 2.246% em 7 anos (Figura 2).


Figura 2. Variação de internações no Brasil por doença associada a falta de saneamento básico entre 2010 e 2017
Fonte: DATASUS / Elaborador: Luiz Henrique Almeida Gusmão
*É proibido o uso e o compartilhamento sem autorização do autor


Como podemos perceber na figura acima, as internações associadas a falta de saneamento reduziram ao longo do tempo, com exceção da febre amarela. Vários surtos de febre amarela aconteceram no país em um lapso veloz de tempo ao ponto das organizações responsáveis pela vacinação e pesquisa serem surpreendidos, o que contribuiu para o aumento exagerado de casos.

Para Siqueira, M, et al (2017), a falta de saneamento acarreta diversos impactos negativos sobre a saúde da população. Além de prejudicar a saúde individual, eleva os gastos públicos e privados com saúde, com o tratamento de doenças (Siqueira, M, et al, 2017).

Essa constatação dos pesquisadores se dá quando averiguamos o total gasto com as internações por doenças associadas a falta de saneamento. Segundo o TRATABRASIL (2017), o governo federal gastou mais com internações por causa de diarreia do que qualquer outra doença citada aqui. Ao todo, foram 88 milhões de reais gastos com essa doença, seguido por despesas com a dengue e leptospirose (Figura 3)


Figura 3. Valor gasto com internações no Brasil por doença associada a falta de saneamento básico em 2017
Fonte: DATASUS / Elaborador: Luiz Henrique Almeida Gusmão
*É proibido o uso e o compartilhamento sem autorização do autor




3. Conclusões

A internação por diarreia é a que mais aflige os brasileiros em decorrência da carência de saneamento básico, com valor acima de 200.000 casos, seguido pela dengue e malária. Em sete anos, houve redução das internações da maioria das doenças, com exceção da febre amarela. O gasto público com internações é maior com a diarreia e leptospirose. 



4. Referências


DATASUS. Disponível em http://datasus.saude.gov.br/

TRATABRASIL. Disponível em http://tratabrasil.com.br/comunicacao/painel-saneamento-brasil


SIQUEIRA, Mariana., ROSA, Roger., BORDIN, Ronaldo. et al. Internações por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado na rede pública de saúde da região metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2010-2014.  Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, DF, 26(4):795-806, out-dez 2017.