segunda-feira, 11 de março de 2019

Onde mais se desmatou a Mata Atlântica recentemente?




Luiz Henrique Almeida Gusmão
Geógrafo e Lic. em Geografia (UFPA)
Mapas em Geral, Treinamentos,
Banco de dados, SHPs e Kmls
Contato: [55] (91) 98306-5306 (WhatsApp)
Emails: henrique.ufpa@hotmail.com
gusmao.geotecnologias@gmail.com



1. Bioma Mata Atlântica e origem dos dados

Não é novidade para ninguém que a Mata Atlântica é um dos biomas mais ameaçados do país e pouco resta - 12,4% - da composição original no Brasil (SOS Mata Atlântica, 2018). 


Arte: Pixabay / Elaborador: Luiz Henrique A. Gusmão


Iniciativas de proteção ao bioma foram fortalecidas nos últimos anos, o que contribuiu para reduções no desmatamento como de 56% entre 2016 e 2017 (SOS Mata Atlântica, 2018), o que deve ser comemorado após sucessivas ondas de desflorestamento.

No entanto, o desmatamento persiste, embora de forma muito mais fraca. Com base nos dados da SOS Mata Atlântica foi possível espacializar vários dados sobre o assunto.



2. Onde mais se desmatou o Bioma Mata Atlântica recentemente?

Apesar da queda do desflorestamento entre 2016 e 2017 na maioria dos estados, os campeões do desmatamento foram: Bahia, Minas Gerais, Paraná e Piauí, todos acima de 1.400 hectares, seguidos pelo restante com valor inferior (Mapa 1):


Elaborador: Luiz Henrique A. Gusmão (2019)
Fonte dos dados: SOS Mata Atlântica
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Conforme o mapa, os arcos Espírito Santo-Goiás e Ceará-Paraíba tiveram as menores áreas desmatadas, assim como os estados do Rio Grande do Sul e Alagoas, cujos valores foram inferiores a 260 hectares. 

Quando avaliamos a variação do desmatamento entre os períodos de 2015-2016 com 2016-2017, percebemos (mapa 2) que na maioria dos estados houve redução (SOS Mata Atlântica, 2018), muitos com valores acima de -50% (Mapa 2).



Elaborador: Luiz Henrique A. Gusmão (2019)
Fonte dos dados: SOS Mata Atlântica
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Conforme a SOS Mata Atlântica, o estado do Espírito Santo obteve o melhor desempenho com redução de 99%, seguido por São Paulo com 87%. No outro extremo, os estados da Paraíba, Sergipe, Alagoas e Pernambuco tiveram os maiores incrementos no desmatamento, especialmente os dois últimos, onde a taxa foi de 2.243% e 2.121% respectivamente. 

É interessante perceber que muitos estados com as maiores áreas desmatadas entre 2016-2017 também foram aqueles com as maiores reduções se compararmos com o período entre 2015-2016, como: Bahia, Minas Gerais, Paraná e Piauí, por exemplo. Várias atividades nesses estados como a produção de grãos, mineração e a imobiliária representam as principais ameaças para a permanência da mata atlântica.



Fonte: Pixabay <a href="https://pixabay.com/pt/photos/mar-vegeta%C3%A7%C3%A3o-tropical-251979/">Image</a> by <a href="https://pixabay.com/pt/users/139904-139904/">139904</a> on Pixabay


Para a SOS Mata Atlântica (2019): "Ações de alguns estados para coibir o desmatamento - como maior controle e fiscalização, autuação ao desmatamento ilegal e moratório para autorização de vegetação - trazem resultados positivos". Isso pode ser comprovado principalmente pelos resultados dos estados da região Sudeste, assim como no Ceará, Bahia e outros.



3. Conclusões

Após sucessivas ondas de desflorestamento da mata atlântica ao longo dos séculos, o processo ainda persiste de forma diferenciada nos estados brasileiros, porém de forma muito mais lenta do que no passado. A divulgação massiva sobre a importância de proteger o bioma ao longo dos anos permitiu vários avanços como a contenção do desmatamento nos estados mais populosos e industrializados, assim como a criação de várias unidades de proteção ambiental. No tocante aos mapas, é visível que houve redução do desmatamento na maioria dos estados brasileiros. Os mapas destacam mais uma vez a importância da Cartografia para estudos sobre biodiversidade, demografia, desmatamento e outros temas correlatos.

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