quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Região Sudeste do Brasil: expansão urbana das capitais

 


Luiz Henrique Almeida Gusmão
Msc. Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano (UNAMA)
Geógrafo e Lic. em Geografia (UFPA)
Mapas em Geral, Treinamentos,
Banco de dados, SHPs e Kmls
Contato: [55] (91) 98306-5306 (WhatsApp)
Email: luizgusmao.geo@gmail.com



#Região Sudeste do Brasil: expansão urbana das capitais

A Região Sudeste do país é constituída pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo cujas populações totalizam mais de 89 milhões de habitantes (IBGE, 2021). É a região mais populosa do país, a frente das outras quatro (Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste).

É onde se encontram as maiores aglomerações populacionais do país, com destaque para São Paulo/SP (12,3 milhões), Rio de Janeiro/RJ (6,7 milhões) e Belo Horizonte/MG (2,5 milhões). Apenas a cidade de Vitória, capital do Espírito Santo, não é uma metrópole, cuja população é de 369 mil habitantes (IBGE, 2021). 

Mas afinal, o quanto as capitais dos estados do Sudeste cresceram ao longo das últimas décadas? mais especificamente entre 1985 e 2020?, já que a população reside principalmente nas áreas urbanas.

Com base nos mapas de uso e cobertura da terra do Brasil oriundos do Projeto Mapbiomas, uma série de cartogramas animados foram confeccionados para visualizarmos e discutirmos as mudanças entre 1985 e 2020.


# Rio de Janeiro/RJ

Em pouco mais de três décadas, a expansão urbana foi significativa nas áreas periféricas da Zona Oeste e Sul da cidade. Locais como Santa Cruz, Paciência, Bangu, Campo Grande e Guaratiba foram aqueles com perdas consideráveis de áreas agropecuárias e, em menor escala, florestas.

Na região Central e no Norte da cidade, as mudanças foram mais tímidas, já que eram áreas de ocupação humana mais antigas.

A zona Sul da cidade também teve dinâmica de uso mais tímida se compararmos com a zona Oeste. Contudo, é notório a perda de cobertura vegetal em bairros como Jacarepaguá e Vargem Grande, por exemplo.

A área urbana do Rio de Janeiro passou de 53.200 ha para 66.824 ha, crescendo 25,60% em 35 anos.





# São Paulo/SP

Em 35 anos, a expansão urbana ocorreu sobretudo na região Norte e Leste da cidade com amplos desmatamentos. A região de Anhanguera, Jaraguá, Brasilândia, Perus, Limão, Casa Verde, Santana, Vila Guilherme, Mandaqui, Tucuruvi e Pirituba, no Norte, foram aquelas com maiores perdas de vegetação.

Na zona Leste não foi muito diferente, onde as regiões de São Mateus, São Rafael, Cidade Tiradentes, Guaianases, Itaquera, Iguatemi e outras também tiveram reduções consideráveis de vegetação. 

Na zona central de São Paulo, a área urbana já estava consolidada desde 1985, o que indica processos de ocupação mais remotos e reflete diretamente no maior adensamento populacional.

Na zona Sul, o avanço da cidade ocorreu especialmente ao longo dos rios e represas dos distritos de Parelheiros, Capela do Socorro, Cidade Ademar, Santo Amaro, M' Boi Mirim e outros.

Por outro lado, as regiões do extremo sul e norte da capital paulista são aquelas com maior massa florestal, onde a ocupação humana é rarefeita. A área urbana de São Paulo aumentou de 80.879 ha para 91.709 ha, ou 13,4% entre 1985 e 2020, inferior ao Rio de Janeiro.






# Belo Horizonte/MG

Na capital de Minas Gerais, a área urbana se espraiou com maior força na zona Norte, Nordeste e em Venda Nova, de forma oposta as demais regiões, onde a ocupação já era consolidada. 

No intervalo de 35 anos, grandes extensões de florestas e outras vegetações típicas da cidade prevaleceram no extremo sul (Barreiros) e leste (regiões Centro-Sul e Leste) da cidade, condição oposta aos locais mais dinâmicos da capital.

Entre 1985 e 2020, a área urbanizada passou de 24.158 ha para exatos 27.509 ha, ou seja, expansão de 13,8%, valor semelhante de São Paulo.





# Vitória/ES

Em pouco mais de três décadas, a expansão urbana foi mais acelerada na porção nordeste e norte em detrimento da área central e sul. Relativas áreas agropecuárias e de florestas sucederam ao avanço da ocupação humana por meio de habitações, comércios e pequenas indústrias.

A ocupação nas margens dos rio Santa Maria é histórica, com exceção do litoral norte, onde a densidade de vegetação nativa é enorme.

Nos últimos 35 anos, a área urbanizada de Vitória passou de 3.745 ha para 4.599 ha, ou 22,8%, valor esse apenas inferior ao da capital carioca.




#Conclusões

A área urbanizada da capital de todos os estados do Sudeste cresceu nas últimas décadas.

A cidade do Rio de Janeiro foi aquela com maior expansão urbana (25,6%), seguida por Vitória (22,8%), Belo Horizonte (13,8%) e São Paulo (13,4%).

A área urbana do Rio de Janeiro foi aquela com expansão mais pulverizada e em vários sentidos, principalmente a Oeste.

A cidade de São Paulo, por sua vez, cresceu mais na zona norte, sul e leste.

Nas quatro cidades, a área central já era bastante ocupada antes de 1985.

As maiores áreas urbanas em ordem são: São Paulo (91.709 ha), Rio de Janeiro (66.824 ha), Belo Horizonte (27.509 ha) e Vitória (4.599 ha).

A perda florestal é visível em todas as capitais, mas no Rio de Janeiro e em São Paulo, as proporções foram maiores.

Os mapas animados ou cartogramas são excelentes recursos para visualizar a expansão urbana, bem como outras temáticas como estudos de uso e cobertura da terra.

Os cartogramas animados podem ser solicitados para darem apoio em apresentações de estudo.


Fonte dos mapas: Mapbiomas


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