domingo, 5 de junho de 2022

Perda de Florestas em Mosqueiro - Belém/PA


Luiz Henrique Almeida Gusmão
Msc. Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano (UNAMA)
Geógrafo e Lic. em Geografia (UFPA)
Mapas em Geral, Treinamentos,
Banco de dados, SHPs e Kmls
Contato: [55] (91) 98306-5306 (WhatsApp)
Email: luizgusmao.geo@gmail.com



#Perda de Florestas em Mosqueiro - Belém/PA

No Norte de Belém/PA está localizada a maior ilha do município: Mosqueiro. Com área aproximada de 240 km² e população de quase 40 mil habitantes, a ilha é um importante destino turístico, banhada pela baía de Santo Antônio e com 17 km de praias fluviais. 

É um local com abundância de casas de praias e infraestrutura para receber milhares de turistas e visitantes. Há dezenas de restaurantes, bares, hóteis e demais estabelecimentos que facilitam a permanência na ilha.

Contudo, desde a construção da rodovia PA-391 na década de 1960, que permite a ligação da ilha com a Região Metropolitana de Belém, é notável o avanço do desmatamento na ilha.

A partir de mapas elaborados com dos dados do mapbiomas, conseguimos visualizar as diferenças ao longo do tempo.


Animação 1: Ilha de Mosqueiro - uso e cobertura do solo em 1985 e 2020

Fonte: Mapbiomas (1985, 2020). Elaborador: Msc. Luiz Henrique Gusmão


A animação acima revela a expansão da área urbanizada na ilha entre 1985 e 2020. O crescimento foi maior ao longo da costa fluvial e na porção norte. Vários bairros cresceram em 35 anos como Murubira, Ariramba, Bonfim e Carananduba no Centro-Sul. No Centro-Norte da ilha, a expansão foi maior em Caruara, Paraíso e Baía do Sol.

O crescimento populacional veio acompanhado de desmatamento, principalmente próximo as áreas já ocupadas em 1985. Pastos abandonados também foram convertidos em áreas urbanas. Nos bairros de ocupação mais antiga como Vila, Praia Grande e Farol (Sudoeste da ilha), a expansão urbana persiste, mas em menor velocidade.

No Centro da ilha, o desmatamento se deu por causa das pastagens. Em menor proporção, a perda de florestas ocorreu por áreas agrícolas familiares. 

A rodovia PA-391 é o principal vetor do desmatamento na ilha. Hoje, a ocupação por novos moradores e a destruição das florestas por pequenos e médios fazendeiros continua em curso. 

Uma das formas de minimizar a pressão sobre as florestas é a criação de unidades de proteção integral no centro da ilha. Nas áreas já ocupadas, a expansão de parques urbanos seria uma medida essencial para manter as florestas, pois contribuiria para a regulação térmica da ilha e a sobrevivência de espécies. Ruas com canteiros centrais arborizados também contribuiriam para amenizar as altas temperaturas e tornaria o microclima mais agradável.

Com as florestas em pé, Mosqueiro também manteria os diversos benefícios ecossistêmicos proporcionados por elas como: captação de carbono, regulação da qualidade do ar, entre outros. Enfim, o crescimento urbano e o desenvolvimento de novas atividades produtivas na ilha devem ocorrer nos lugares já desmatados, sem a necessidade de novas áreas. A recuperação das matas proporcionaria ganhos ambientais inquestionáveis a todos.


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